Foi em 2012, ao ouvir de uma ex-namorada que ele se parecia com o personagem “Ricardito” Somocurcio, do livro “Travessuras da menina má”, de Mario Vargas Llosa, que o autor iniciou a redação de seu longo romance, que, ao final, recebeu título quase homônimo ao da obra do genial autor peruano. O trabalho de elaboração, escrita, reescrita, leitura e revisão acabou se prolongando por quase cinco anos e deu origem a uma história em que às linhas autobiográficas e fictícias se somam relatos de acontecimentos históricos, aventuras pelo mundo e projeções ao passado e ao futuro, numa narrativa que se estende de meados da década de 80 ao longínquo ano de 2053.
A obra foi dividida em três partes, que retratam o romance de Victor, o narrador da história, com Maria Eduarda, na segmentação que se adequa perfeitamente aos acontecimentos da vida do protagonista:
O Livro I, “Avant les saisons”, que descreve a adolescência e a juventude de Victor, antes de Duda entrar em sua vida, com as perdas terríveis que ele é obrigado a enfrentar, transformando-o no homem que combina maturidade e carência em igual medida e que, afinal, se envolve com a “sua” menina má.
O Livro II, “Les saisons”, que narra o romance entre Victor e Maria Eduarda: a primavera do encantamento, o verão da paixão tórrida, o outono dos problemas decorrentes das diferenças de idade e temperamento e o inverno do afastamento definitivo, com a partida de Duda para a Europa.
E, por fim, o Livro III, “Après les saisons”, que relata os reencontros de Victor e Duda pelo mundo, que se estendem pelo resto de suas vidas, na parte da narrativa que, de certa forma, mais se aproxima do “Travessuras da menina má” de Vargas Llosa.
A relação com o romance do mestre peruano, aliás, se apresenta, em parte, de forma subliminar, ao retratar a paixão devotada de Victor, que se desenrola pela vida inteira e está voltada, de forma quase incondicional, por Maria Eduarda. No entanto, aparece também de forma explícita, em passagem do Livro II, quando Duda lhe relata ter lido a fantástica obra de Vargas Llosa e confessa ter associado “Ricardito” a ele (v. Livro II, Cap. VI, pág. 110). A partir daí, Victor passa a chamá-la aberta e seguidamente de “menina má”, como “Ricardito” Somocurcio faz em relação à sua amada. Além disso, há referências seguidas ao livro original do autor peruano (ao qual Victor repetidamente recorre, para se lembrar de Duda), inclusive a menção ao pequeno romance escrito por William “Bill” Gravelle, o companheiro de Leonardo, grande amigo de Victor (v. Livro III, Cap. VII, pág. 166).
Os leitores mais atentos e mais pacientes saberão identificar a questão oculta e clandestina presente na vida de Victor (e – mais importante – respondê-la!), que, descoberta, evidencia o ilimitado e incondicional amor do protagonista pela “sua” menina má.
O autor agradece às pessoas reais que o inspiraram na elaboração dos personagens da sua extensa obra e convida os leitores a colaborarem com opiniões, críticas e reparos ao trabalho.
SOBRE O AUTOR:
Otávio Bravo é carioca, tendo sido criado e residido a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro.
Estudou Direito na UERJ e Direito Internacional Penal na Universidade de Leiden, na Holanda, onde morou por dois anos, foi advogado e atualmente é promotor de justiça.
“Travessuras da minha menina má” é seu primeiro romance.