Temporada de camarões inspira festivais pela cidade, como o tradicional do restaurante Garden - Rodrigo Azevedo / Divulgação |
Versatilidade do crustáceo é usada na culinária de diversas regiões, passando por versões brasileiras, italianas, libanesas e tailandesas
RIO - O mar está para camarões. Os crustáceos passam a figurar com
fartura em diversos cardápios da cidade desde o início de julho, com o
fim do período do defeso, em que a pesca é proibida. E há pedidas para
todos os gostos e bolsos, desde versões menos usuais por aqui, como a
libanesa e a tailandesa, passando por regiões brasileiras como Bahia,
São Paulo e Rio.
Como explica o chef Vaval, do Nomangue Copacabana,
especialista em frutos do mar, esse é um período de fartura comemorado
por muitos cozinheiros. Isso porque os camarões ferro e mangue, os mais
utilizados para frituras e cozimento, são encontrados em abundância na
costa fluminense. E têm sabor inigualável.
— Trabalho com camarões
desde criança e percebo que o camarão selvagem, do alto mar, tem um
sabor e textura diferentes. Já conseguiram melhorar o camarão de
cativeiro, mas ainda não podemos compará-lo ao do mar — avalia Vaval.
Veja Também
- Galeria Um festival do crustáceo
Aproveitando
a boa temporada, Vaval incrementa o cardápio. Serve clássicos baianos,
como o bobó de camarão, com arroz branco e farofa de dendê (R$ 99) e no
abacaxi, que leva o crustáceo grelhado com molho da fruta e creme de
leite acompanhado de arroz com pimentões e Catupiry (R$ 105, duas
pessoas).
No restaurante Garden,
são cerca de três toneladas do crustáceo durante o tradicional Festival
de Camarão, que chega em sua 17ª edição e vai até o fim de agosto. Para
conseguir matéria-prima, o sócio Jorge Renato Thomaz negocia com
pescadores de todo o estado. No cardápio, 20 sugestões (R$ 49, valor
único cada), com clássicos e novidades, como o “camarão sabor paulista”,
grelhado com casca ao alho e óleo e servido com cuscuz paulista de
camarão, e o “camarão sabor do Norte”, grelhado ao molho de tucupi, com
farinha d’água e arroz molhadinho no molho.
— Um dos grandes
segredos é usar a cabeça do crustáceo para caldos e molhos. E o camarão
de cativeiro, muitas vezes, vem sem ela — dá a dica Thomaz.
Outra casa tradicional que oferece pratos especiais no período é o Albamar.
O chef Luiz Incao faz questão de comprar os crustáceos pessoalmente, no
Ceasa do Irajá, para garantir a qualidade dos pratos, num festival que
vai até 10 de agosto. Entre as cinco opções de entrada, há camarão no
coco, carpaccio de pupunha, alface e molho mil ilhas (R$ 32). Entre os
principais, cassarola de camarão ao curry, com frutas e arroz de
amêndoas (R$ 68). O menu com entrada, principal e sobremesa sai a R$
110.
— O mar é como uma fazenda em que você tem que respeitar os
períodos de colheita. Por isso, colocamos em destaque os pratos com
camarões no período de julho e agosto — observa Incao.
Não tão
comuns nos cardápios brasileiros, está a versão com cuscuz libanês, que
acompanha molho de tâmara e hortelã, salada fattouch com queijo feta e
azeitonas pretas (R$ 65), servida no restaurante Arab. No tailandês Sawasdee, o chef Marcos Sodré lança o espeto de camarão com paçoca spicy e salada de acelga (R$ 27).
Falando em orientais, há pedidas como o tempurá do crustáceo, no Sushi Leblon (R$ 92) e no Pax Delícia Lagoon (R$ 78). No Ten Kai, teppan yaki de camarão acompanhado de legumes (R$ 91). No I Piatti, uma versão à milanesa recheada com Catupiry e servida com arroz à grega (R$ 74,90).
Postar um comentário