O envelhecimento promove uma série de alterações no corpo, no
funcionamento do organismo e, consequentemente , na
sexualidade. Compreender e aprender a lidar com tais mudanças pode
evitar preocupações que muitas vezes levam a quadros ansiosos, que podem
comprometer muito mais a qualidade da vida sexual, do que propriamente
os problemas orgânicos. É importante entender as limitações e as
mudanças para redefinir a relação com a sexualidade e buscar novas
formas de prazer condizentes com sua realidade física e psicológica.
Alguns homens sentem que sua virilidade e masculinidade está ameaçada
diante da dificuldade de manter ereção. Sentem-se constrangidos e as
repercussões podem ser danosas para a saúde física e emocional. Muitos,
na tentativa de recuperar a mesma ereção da juventude recorrem a
infindáveis tratamentos e obtêm pouco ou nenhum sucesso. Com isso, pode
ocorrer uma alteração no quadro de ansiedade, comprometendo o
desempenho, e eles correm o risco de serem os maiores responsáveis por
sua própria dificuldade sexual.
Apesar
dos fatores culturais rotularem e tentarem enquadrar pessoas com idade
avançada em um padrão de comportamento, a velhice conserva a necessidade
psicológica de atividade sexual continuada, a vida sexual não chega ao
fim com a velhice. Há a continuidade por pensamentos e desejos sexuais.
Questões relativas ao sexo e atividades sexuais começam na mente.
A sociedade está envelhecendo e a expectativa de vida aumentou. É
natural que ocorram mudanças que lançarão novos olhares para a vida
sexual das pessoas que estão envelhecendo. Atividades sexuais não são
exclusivas da juventude. É preciso desconstruir o preconceito social que
existe em relação aos idosos sexualmente ativos. Esclarecer que o sexo e
a intimidade podem continuar a ser praticados, independente de padrões
de desempenho e sem culpas. Descobrir que existem outras formas de
prazer sexual.
Na maturidade, o sexo é cada vez mais afetivo. Existem outras
práticas sexuais que também são muito prazerosas. Sexualidade tem a ver
com intimidade, com contato e sentimentos ternos entre múltiplas formas
de manifestação e não somente no coito.
Algumas pessoas continuam bastante ativas mesmo na velhice. Estudos
comprovam que a maior parte das pessoas com idade mais avançada é capaz
de manter uma atividade sexual satisfatória. Muitas mulheres usufruem de
uma vida sexual mais plena na maturidade. Após os 50 anos elas já não
têm as mesmas demandas que ocupavam seu tempo e tornavam os dias mais
cansativos.
Pessoas mais velhas que mantêm uma vida sexual ativa melhoram a
qualidade de vida e colaboram para manifestações de sentimentos
positivos para a saúde emocional. Assim, sentem-se mais confiantes, o
que resulta em entusiasmo e alegria, elevando a autoestima e a
segurança, aumentando a capacidade de produzir e criar. E assim viver o
envelhecimento encontrando o prazer não só na atividade sexual, mas nas
diversas áreas da vida.
*Mary Scabora é psicóloga clínica e psicoterapeuta corporal
www.scabora.com.br
Fonte: Folha Carioca
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